

Não se deve dizer a ninguém “Não faças isso, não consegues!”. Os limites que vamos auto-impondo ou os limites que vão sendo impostos ou sugeridos por outros ao longo da vida, acerca daquilo que eventualmente conseguimos relativamente a uma coisa, para além de castrantes, remetem para uns horizontes demasiado curtos, sem se conseguir ver acima das nuvens. É como se se fosse ganhando umas palas parecidas com as dos burros, com uma diferença – não saem facilmente, e a tendência natural ao longo dos anos é de crescerem e delimitarem cada vez mais aquilo que se poderia ver se não estivessem lá. Aquilo que se pensa conseguir, passa a ter uma fasquia muito mais baixa - deixa de se acreditar nas capacidades, nas oportunidades, nas soluções, no resultado que se deseja. Deixa de haver esperança.
Este vídeo é inspirador: um piloto, numa situação já de si exigente, como é o controlo de um avião numa manobra de acrobacia aérea, fica de repente e sem aviso a voar uma máquina completamente diferente. Está, de um momento para o outro, numa coisa que nunca tinha sido treinado para voar, só com uma asa. Em segundos, não só não entra em pânico e desiste de lutar pela sua vida, como reage. Sem instrutor, só por si, reaprende a controlar o avião, a voá-lo de maneira diferente, o que lhe permite sair-se de uma situação tão inesperada e potencialmente fatal como esta, aterrando com sucesso, sem partir nada mais. Acreditou que podia aterrar um avião de uma asa só e como acreditou, fez o que possivelmente mais ninguém julgava possível.
Dezasseis anos, quase dezassete, são muito tempo. Depende de nós que as palas não nos cresçam, e que se mantenha o saudável deslumbre, quase infantil, de que não há limites para o que se quer conseguir e que será, mais tarde ou mais cedo, efectivamente alcançado.
A crença é importante. Acreditar é importante. Ilimitadamente.
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